Com a recente morte do Papa Francisco, ocorrida em 21 de abril de 2025, um gesto tocante partiu de Pains e ganhou um novo significado: a educadora e poetisa Wilba Alves da Silva, natural da cidade, decidiu compartilhar publicamente um poema que escreveu há 12 anos, em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro — ocasião em que o Papa realizava sua primeira viagem internacional.
Wilba, que acompanhou aquele momento histórico de perto, ficou profundamente comovida com a presença do pontífice e transformou essa emoção em palavras. Agora, com a partida de Francisco, ela procurou o Portal Pains Últimas Notícias para dividir novamente esse texto, como forma de homenagem, memória e fé.
A autora tem raízes profundas em Pains: filha de José Alves Parreira e Maria Aimée de Castro Alves, é viúva de Nominato José da Silva, mãe de Roberto, Cristiane e Patrícia, e avó dedicada de quatro netos. Servidora da educação por 43 anos, atuou como professora, supervisora e diretora em instituições como a Escola Professor João Batista Rodarte e a Escola Padre José Venâncio, até sua aposentadoria em 2008.
O poema, intitulado “Um Papa chamado Francisco”, foi escrito à mão e guardado com carinho até agora. Com sensibilidade e admiração, Wilba descreveu o impacto que o Papa teve sobre os fiéis — especialmente os jovens — naquele encontro mundial. Agora, suas palavras revivem não apenas um evento, mas a essência de um líder espiritual que marcou gerações.
UM PAPA CHAMADO FRANCISCO
(Poema de Wilba Alves da Silva – JMJ 2013)
Ele não é Francisco de Assis, nem de Paula,
Nem é Francisco de Sales ou Xavier.
Ele é, simplesmente, Francisco.
Francisco, o nosso querido Papa.
Nosso país já recebeu muitas celebridades
De todas as partes do mundo.
Mas nenhuma outra mexeu tanto conosco
Como a visita do nosso Papa Francisco.
Ele chegou carregando sua própria bagagem.
E já posso até afirmar o que tinha naquela maleta de mão:
Simplicidade, sorriso, humildade, inteligência e simpatia.
E uma boa dose de chuva!
Afinal, ele é o sucessor de São Pedro,
Aquele que abre as portas e as torneiras do céu.
Foi sua primeira viagem internacional.
Tinha que ser em um país do continente americano,
Porque, afinal, em suas veias
Corre um sangue muito abençoado:
O sangue latino-americano!
Ao chegar, não beijou o chão brasileiro.
Entretanto, não se cansou de beijar as crianças.
Falou de assuntos diversos.
Entre as suas palavras sábias
Ecoou aquela de não condenar a ninguém!
Aos jovens, protagonistas da JMJ (Jornada Mundial da Juventude 2013),
Ele deixou sua mensagem de esperança.
Aos religiosos, ele sugeriu que saiam de suas
Quatro paredes,
Para olharem de perto as necessidades de
Seu rebanho.
Aos políticos, pediu uma visão mais humana,
Que vai muito além
De tudo que se tem feito até agora!
O Rio de Janeiro virou o centro do mundo.
As areias de Copacabana se transformaram
Num grande colchão a céu aberto.
O calor humano foi o aquecedor de quem ali dormiu.
A lua e as estrelas iluminaram tudo!
Na madrugada, as vozes e as batucadas
Foram o grande despertador!
E lá do alto, quem tudo abençoou
Foi o Cristo Redentor!
Valeu, Papa Francisco!
Quem o viu, se encantou.
Quem nada viu, não verá jamais,
Porque esta história é única.
Ela ficará na memória e em nossos corações!
Ao compartilhar esse poema em 2025, Wilba reafirma o poder da palavra escrita em preservar a história, eternizar sentimentos e aproximar gerações. A homenagem ganha força por sua autenticidade e por partir de uma educadora que, com humildade e sensibilidade, transforma memória em poesia.